Enquanto aguarda a retomada da Liga dos Campeões em agosto, o Paris Saint-Germain tem um trabalho à frente da próxima temporada: manter Neymar e Kylian Mbappé e refletir sobre a opção de compra de Mauro Icardi.
Se por um lado o técnico alemão Thomas Tuchel, que tem quase a garantia de continuar no cargo até 2021, desfruta do título da Ligue 1 obtido antecipadamente quando a competição foi suspensa, o diretor esportivo Leonardo pensa em como formar um time antes de uma temporada em que corre o risco de perder alguns de seus melhores jogadores.
Enquanto isso, notícias de um suposto interesse do Barcelona por Neymar e do Real Madrid por Mbappé continuam surgindo na imprensa espanhola quase diariamente. Como uma repetição da última temporada. "Mbappé e Neymar continuarão no PSG, e ainda mais com a situação que estamos enfrentando. Eu estava jantando com Neymar antes da quarentena e o vi muito envolvido com o projeto. Ele me disse que nunca havia sido tão feliz em Paris", disse seu parceiro espanhol Ander Herrera à Cadena Cope em meados de maio.
"O projeto PSG é para que ambos se sintam realizados em Paris", acrescentou. Segundo um estudo do gabinete KPMG, a crise ligada ao coronavírus levará a uma queda de mais de 20% no valor dos astros do PSG. Contratado pelo valor recorde de 222 milhões de euros (R$ 1, 3 bilhão) em 2017, Neymar 'sozinho' agora valeria cerca de 149 milhões de euros (R$ 905, 6 milhões), enquanto Mbappé estaria avaliado em menos de 188 milhões de euros (R$ 1, 1 bilhão).
Mas mesmo nessas "promoções", os dois jogadores mais caros da história, com contrato até 2022, não parecem estar ao alcance dos dois gigantes espanhóis no momento. Pelo menos nesta pré-temporada. "Pagar 100 milhões de euros por um jogador na próxima temporada, ninguém nem imagina isso na Espanha", disse à AFP Fernando Lara, professor da Universidade de Navarra e especialista em economia do esporte.
"Todo mundo fala, mas ninguém sabe... SINTO FALTA DO MEU TIME", escreveu Mbappé no Twitter no final de abril, em um texto acompanhado por dois corações vermelhos e azuis e uma foto com a camisa do PSG. Um sinal suficientemente explícito.
A questão é se a situação causada pelo COVID-19 vai favorecer a renovação dos contratos dos jogadores que que encerram seus compromissos nesta temporada ou se ocorrerá a redução necessária de uma massa salarial superior a 300 milhões de euros.
Thiago Silva, Cavani e Icardi
Com perdas estimadas pelo clube em mais de 200 milhões de euros (R$ 1, 2 bilhão) após a paralisação da Ligue 1, o PSG poderia tentar capitalizar uma transferência para encontrar substitutos para jogadores do calibre de Edinson Cavani (33 anos) ou Thiago Silva (35), respectivamente maior artilheiro da história do clube e capitão do time parisiense.
"Para nós, seria ótimo continuar no PSG, amamos o clube (...) É aqui que nossos filhos cresceram, é em Paris que gostaríamos de continuar nossas carreiras", disse a esposa de Thiago Silva ao Le Parisien em meados de maio. Se por um lado a família de Thiago Silva manifesta seu desejo de renovar o contrato, Cavani, que estava próximo de ir embora em janeiro passado, não seria contra a continuação de sua carreira em Paris, segundo o L'Equipe.
Já Mauro Icardi, com 20 gols marcados em 31 jogos, fez o necessário em campo para pressionar o PSG a acionar sua opção de compra de 70 milhões de euros (R$ 425, 5 milhões) junto à Inter de Milão. Segundo o L'Equipe, os dirigentes parisienses esperam reduzir o valor da operação, levando em conta o novo contexto econômico no mundo do futebol.
AFP - O Estado de S.Paulo/Foto: Philippe Desmazes/AFP
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