Em teoria, Arthur custou 72 milhões de euros à Juventus. Em teoria, Pjanic custou 60 milhões de euros ao Barcelona. Na prática, foi uma troca. Até porque valores assim, no futebol de hoje em dia, ainda recomeçando no meio da pandemia que chacoalha a economia mundial, serão raros por um tempinho.
Tanto foi uma troca que o Barça só conseguiu fechar com Pjanic quando Arthur topou ir para a Juve. Mas então por que os valores? Por que tratar disso como duas vendas separadas? Oras, como fica o arroz e feijão dos intermediários? (e também vale questionar como ficariam para eles os passeios de iate, o caviar, os vinhos...)
Mas e para o jogo dos dois times?
Pjanic é um jogador consolidado, ao contrário de Arthur. Mas coloque Pjanic agora no Barcelona, já, neste exato momento. Será que muda alguma coisa?
O Barcelona faz mais um daqueles negócios estranhos, impulsivos, meio estúpidos até. Porque se, por um lado, Arthur não agradou totalmente nesta temporada e meia, por outro estamos falando de um jogador que fará agora em agosto 24 anos, que estará na seleção brasileira até a próxima Copa (no mínimo) e que tem muito a aprender no futebol europeu.
O Barça não tem tempo para Arthur? Oras, um clube que se orgulha de ser uma escola tão refinada deveria encontrar os meios para fazer seu investimento valer à pena. Está se desfazendo de um talento, sendo que o técnico que o treinou por ano e meio já não está mais e o outro, que mal conhece o jogador, não tem pinta de que vá durar muito no cargo. Seria muito mais inteligente esperar.
Não tem patriotada aqui. O que tem é a esperteza da Juventus, que percebeu um certo desespero do Barça para ter Pjanic e escolheu a dedo quem queria em troca.
E se Arthur não der certo na Juve? Bem, pode ser. Mas por quanto a Juve venderia Pjanic? Um jogador muito bom, sem dúvida, mas que já está na estrada e em bom nível há dez anos, por Lyon, Roma e Juventus. O mestre Tostão conta que um jogador não dura mais de dez anos jogando bem (raríssimas exceções).
Pjanic tem 30 anos, não é velho. Mas está mais para o fim do que para o começo, ao contrário de Arthur. O auge já passou.
O bósnio chegou ao Lyon em 2008 para substituir Juninho, mas não só não substituiu como o Lyon não ganhou mais nada. Calma lá, não é um cara que vai levar um time nas costas. A Juventus não depende de Pjanic para dominar na Itália e não será ele a peça decisiva para um eventual (e tão sonhado) título de Champions League. O clube de Turim perde pouco e ganha um prospecto.
E se Arthur se desenvolver e vingar? Pode ser um grande ganho para o clube e por muitos anos.
É uma troca de futuro ainda a ser escrito por um presente de segurança, mas um presente que não muda ninguém de patamar.
Nessa coisa de mercado da bola, está difícil o Barça acertar uma.
Do Portal Uol
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