O Botafogo de Futebol e Regatas conquistou o inédito título da Copa Libertadores da América ao derrotar o Atlético-MG por 3 a 1, neste sábado (30/11). Com um a menos desde o segundo minuto do primeiro tempo, contou com a estrela de Luiz Henrique para abrir o placar e sofreu o pênalti que Alex Telles converteu. Eduardo Vargas descontou para os mineiros, mas não foi o suficiente. Nos acréscimos, Júnior Santos, o artilheiro da competição, marcou e fechou o placar. O Glorioso se elevou ao posto máximo do continente e conquistou a Glória Eterna.
A final da Libertadores precisou de pouco mais do que sessenta segundos para indicar que seria uma grande disputa. O confronto no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, na Argentina, foi marcado por uma expulsão relâmpago, pelo Botafogo abrindo dois gols de vantagem com um jogador a menos, pela remontada do Atlético-MG na segunda etapa e os gols perdidos de Eduardo Vargas no final da partida, que poderia ter levado o confronto para os pênaltis.
Primeiro tempo
Há coisas que realmente só acontecem com o Botafogo. A expectativa sobre o jogo mais importante do continente e todas as projeções que foram feitas desde que o confronto foi confirmado com o fim das semifinais caiu por terra em um minuto de jogo.
Em uma disputa de bola no minuto inicial, Gregore levantou o pé muito mais do que deveria e atingiu Fausto Vera. O impacto além de cortar a cabeça do volante atleticano, também rendeu um cartão vermelho para o botafoguense.
Todo o prognóstico de um jogo de um Botafogo pressionando o adversário, com as linhas altas e se aproveitando da mobilidade dos homens de frente para envolver o adversário foram se dissipando pelo ar.
Com vantagem numérica, Gabriel Milito mandou o Atlético-MG para o ataque. Subiu as linhas de marcação e recuperava a posse sempre com a forte pressão que exercia. Aos dez minutos da primeira etapa, Hulk já tinha finalizado duas vezes de fora da área para intervenções do goleiro John.
Mas enquanto o treinador português do Botafogo tinha a coragem de manter o time apenas com Marlon Freitas no miolo do meio de campo, Milito não teve para tirar um dos três zagueiros e colocar mais um homem de frente. O meia-atacante cria do Galo, Alisson, tinha dado uma ótima resposta contra o Juventude na última rodada do Brasileirão e seria uma ótima opção pelo lado direito de ataque, enquanto Gustavo Scarpa poderia se aproveitar do esvaziamento na cabeça de área botafoguense.
No entanto, sem alterações, o Atlético-MG continuou a esbarrar na incapacidade ofensiva, como foi de praxe ao longo dos jogos mais importantes desta temporada. Mesmo com um homem a mais, as jogadas da equipe se resumiam a levantar a bola na área para que os zagueiros do Glorioso rebatessem.
O Alvinegro Carioca ia percebendo o incômodo do adversário em ter que assumir o protagonismo do confronto e começou a se arriscar mais. Savarino incomodou pelo lado direito e dava indícios que o cenário poderia mudar.
Aos 35 minutos, o argentino Thiago Almada arrancou com a bola e acionou Luiz Henrique pela esquerda. Ele escorou a bola para entrada da área atleticana, totalmente despovoada, com todos jogadores encaixotados junto do goleiro Everson, e Marlon Freitas finalizou. No bate e rebate, a bola caiu nos pés, novamente, de Luiz Henrique, que não desperdiçou.
Com força, ele fuzilou o goleiro para abrir o marcador no Estádio Monumental de Núñez. A mística da camisa 7, que um dia foi eternizada pelo maior ídolo da história do clube, agora escolhia um novo atacante em quem brilhar.
O Galo sentiu o gol e se perdeu. Não conseguia pressionar e, em um balão do Glorioso para a área de Everson, a zaga desviou para Arana proteger e esperar o arqueiro abafar a bola.
No entanto, o lateral esquerdo subestimou a velocidade de Luiz Henrique. O atacante alvinegro chegou antes, tocou a bola e o goleiro atleticano cometeu o pênalti. O lateral-esquerdo Alex Telles foi para a cobrança e ampliou o placar.
Uma tarde mágica se desenhava em Buenos Aires para o time da estrela solitária. Com um jogador a menos e dois gols a mais, foi para o intervalo precisando apenas de sobreviver nos 45 minutos finais.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, Gabriel Milito lançou mão de duas alterações. Tirou o zagueiro Lyanco, o volante Fausto Vera e o meia Gustavo Scarpa, para as entradas de Mariano, Bernard e do atacante Eduardo Vargas. O time passou a jogar com uma linha de quatro defensiva, dois homens de área com a entrada de Vargas e um meio de campo com a trinca Bernard, Hulk e Paulinho.
Antes mesmo de saber se as alterações poderiam mudar a cara do jogo, o Galo teve um escanteio. Hulk foi para a cobrança, encontrou o chileno Vargas livre dentro da área para escorar de cabeça e descontar o marcador. Ainda havia 43 minutos para buscar o resultado.
Animado com o tento anotado logo na volta do vestiário, o time de Milito se manteve presente no ataque. Deyverson duas vezes apareceu bem . A primeira em uma cabeçada e a segunda em um chute que acabou parando em cima do zagueiro Adryelson.
Vendo que o clima do jogo tinha mudado, Artur Jorge lançou mão de Danilo Barbosa e Marçal, para as saídas de Savarino e Alex Telles.
O jogo ficou mais equilibrado, mas o Atlético se expunha mais, com Hulk fazendo uma grande partida. Aos 19 minutos, ele recebeu pelo lado direito de ataque e finalizou forte de fora da área, para mais uma nova boa intervenção do goleiro John.
Com o desgaste físico das equipes, o jogo perdeu em oportunidades por conta do desgaste físico dos jogadores. Faltando dez minutos para o fim da decisão, os treinadores promoveram algumas alterações para oxigenar as equipes. No Atlético, saiu Deyverson para a entrada de Alan Kardec. No Glorioso, saíram Luiz Henrique e Thiago Almada para as entradas de Júnior Santos e Matheus Martins.
Aos 41 minutos, com a dramaticidade tomando conta do campo e das arquibancadas do estádio do River Plate, o lateral-direito Mariano fez um lançamento para o autor do gol atleticano. A bola passou pelos zagueiros e Eduardo Vargas finalizou dentro da pequena área, cara a cara com John e chutou por cima do gol.
Dois minutos depois, Vargas mais uma vez é acionado, agora pelo lado esquerdo. A zaga estica uma bola para o ataque, os defensores do Botafogo tentam tirar a bola e batem cabeça. O atacante chileno tenta encobrir o arqueiro adversário e isola mais uma vez.
O Atlético tentou pressionar de todas as formas, mas quem chegou ao gol foi o Glorioso. Nos instantes finais, Junior Santos fez uma grande jogada pelo lado direito de ataque, passou pelo marcador e cruzou rasteiro para a área. A zaga afastou e sobrou justamente para o artilheiro do torneio marcar e fechar o placar.
O Botafogo de Futebol e Regatas é campeão pela primeira vez na história da Copa Libertadores da América.
Do Portal Terra
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