O GP da Inglaterra deste domingo (3) demorou a começar de fato. Mesmo sem chuva, a largada original teve acidente e bandeira vermelha. Tamanha a preocupação que era até difícil lembrar que Max Verstappen ultrapassou Carlos Sainz e tomou a liderança na primeira curva. Só que a bandeira vermelha logo no começo da volta de abertura fez com que a direção de prova reestabeleceu a ordem original para a relargada. Foi apenas a primeira vez que Sainz foi ultrapassado. Mas não importava quantas vezes caía, resistia. Como John McClane de ‘Duro de Matar’, Sainz voltava e voltava. Assim, venceu o GP da Inglaterra e se tornou um ganhador de corridas da Fórmula 1.
Sainz perdeu posição na largada cancelada, voltou a ocupar a pole para relargada. Depois, errou quando pressionado e permitiu que Verstappen tomasse a frente. Quando o holandês deixou de ser preocupação, liderou novamente. Parou nos boxes antes de Charles Leclerc e voltou na frente, mas era mais lento e Lewis Hamilton se tornava uma ameaça real pela vitória, abrindo na frente antes de fazer o pit-stop. Uma ordem de equipe fez, então, Leclerc ultrapassar. Mas haveria um safety-car causado por Esteban Ocon e, na relargada, Sainz passou e, de novo, virou líder para não mais perder.
A largada foi momento de grave preocupação. Um acidente iniciado pela tentativa de Pierre Gasly ganhar posições terminou com um toque com George Russell, que deu uma paulada em Guanyu Zhou. Mais gente foi envolvida: Alexander Albon catou no freio para evitar a traseira de Valtteri Bottas, logo atrás do incidente, rodou e foi acertado por Esteban Ocon, que sofreu um furo de pneu e quebra no eixo dianteiro.
Mas a preocupação era mesmo com Zhou, que levantou voo, deslizou de ponta-cabeça, rodou por cima da barreira de pneus e parou no alambrado, caindo de lado. Com a interrupção da corrida, demorou dez minutos até que fosse tirado do carro. Felizmente, consciente e se movendo sozinho.
Mesmo com a primeira colocação conquistada na largada sendo cancelada por conta da bandeira vermelha, Verstappen tomou a frente na décima volta, após um erro de Sainz. Durou menos de duas voltas. Max perdeu potência e avisou sobre algum problema no carro, que a Red Bull confirmaria mais tarde ser na carroceria. O holandês teve de parar nos boxes após as ultrapassagens das duas Ferrari. O carro #1 ficou na corrida, mas sem o menor ritmo para brigar na frente: o objetivo passava a ser marcar qualquer pontuação possível e mitigar o prejuízo. Enquanto isso, Hamilton se aproximava dos carros vermelhos.
Leclerc era mais rápido e queria uma ordem de equipe, já que Hamilton vinha melhor que os dois. A ordem, porém, só veio depois que Sainz e Leclerc trocaram de pneus, numa diferença de cinco voltas entre os dois, e mesmo assim o monegasco sobrava. Hamilton ainda não tinha parado e se distanciava. Quando o heptacampeão parou, voltou atrás da dupla ferrarista. Só que a corrida teria outra surpresa: um abandono de Ocon, que parou o carro na pista após perder potência. Safety-car. A Ferrari aprontou das duas: chamou somente Sainz para colocar pneus macios para as 12 últimas voltas, mas deixou Leclerc com os pneus duros. Hamilton e Sergio Pérez também trocaram os pneus. Na relargada, Charles virou isca. Sainz passou, Pérez e Hamilton também. E Sainz partiu para a primeira vitória dele na Fórmula 1.
Atrás de Sainz, Pérez e Hamilton foram ao pódio, enquanto Leclerc, Fernando Alonso, Lando Norris, Verstappen, Mick Schumacher, Sebastian Vettel e Kevin Magnussen foram aos pontos. Foi de Hamilton a volta mais rápida. Sobre Schumacher: os primeiros pontos dele na Fórmula 1.
A Fórmula 1 segue a temporada 2022 no próximo fim de semana, entre os dias 8-11, com o GP da França, em Paul Ricard.
Confira como foi o GP da Inglaterra:
Apesar da chuva ter dado o ar da graça no paddock e na curva um com pouco menos de 50 minutos para a largada, foi fraca e durou pouco. Assim, conforme os carros alinharam no grid para a largada, tudo certo na pista. Temperatura do ar em 18°C e de 27°C no traçado. As nuvens carregadas apareciam, mas a FIA tratava como somente 20% de chances de chover leve novamente ao longo da prova.
Sem motivos para atraso, a largada se desenrolou precisamente no momento marcado. E com confusão séria. Uma batida entre muitos carros foi complexa. Pierre Gasly, que largava na 11ª colocação, passa por Nicholas Latifi e tenta se colocar entre George Russell e Guanyu Zhou. Os três acabam se tocando: Gasly encostou em Russell, que perdeu o controle e deu uma pancada no novato. A Alfa Romeo foi catapultada e parou de lado.
Além dos três, Alexander Albon também acabou envolvido e destruiu a frente do carro, enquanto Esteban Ocon teve um furo de pneu. A direção de prova acionou a bandeira vermelha imediatamente. Zhou não saiu do carro no primeiro momento. Como o carro estava de lado entre a pista e a barreira de proteção, demorou cerca de dez minutos até que a equipe de extração conseguisse tirar o piloto do carro. A situação foi preocupante, mas foi só então que a Alfa Romeo informou que o piloto estava bem. Saiu de maca, mas consciente e se movendo sozinho. A FIA, porém, entendeu que era acidente de corrida e ninguém seria punido.
Apenas mais tarde, com a confirmação de que Zhou estava bem, é que a transmissão oficial mostrou imagens do que tinha acontecido. Após levantar voo com o toque de Russell, Zhou levantou voo, deslizou de cabeça para baixo pela pista e brita até a barreira de pneus, quando voou de novo, por cima dela, e parou com a parte do cockpit batendo no alambrado. O carro ficou entre a barreira e o alambrado, por isso a dificuldade para extraí-lo.
Sem motivos para atraso, a largada se desenrolou precisamente no momento marcado. E com confusão séria. Uma batida entre muitos carros foi complexa. Pierre Gasly, que largava na 11ª colocação, passa por Nicholas Latifi e tenta se colocar entre George Russell e Guanyu Zhou. Os três acabam se tocando: Gasly encostou em Russell, que perdeu o controle e deu uma pancada no novato. A Alfa Romeo foi catapultada e parou de lado.
Além dos três, Alexander Albon também acabou envolvido e destruiu a frente do carro, enquanto Esteban Ocon teve um furo de pneu. A direção de prova acionou a bandeira vermelha imediatamente. Zhou não saiu do carro no primeiro momento. Como o carro estava de lado entre a pista e a barreira de proteção, demorou cerca de dez minutos até que a equipe de extração conseguisse tirar o piloto do carro. A situação foi preocupante, mas foi só então que a Alfa Romeo informou que o piloto estava bem. Saiu de maca, mas consciente e se movendo sozinho. A FIA, porém, entendeu que era acidente de corrida e ninguém seria punido.
Apenas mais tarde, com a confirmação de que Zhou estava bem, é que a transmissão oficial mostrou imagens do que tinha acontecido. Após levantar voo com o toque de Russell, Zhou levantou voo, deslizou de cabeça para baixo pela pista e brita até a barreira de pneus, quando voou de novo, por cima dela, e parou com a parte do cockpit batendo no alambrado. O carro ficou entre a barreira e o alambrado, por isso a dificuldade para extraí-lo.
Já Albon teve problemas porque catou no freio para evitar estampar a traseira de Valtteri Bottas, mais lento logo atrás do incidente. O carro da Williams rodou. Alguns carros tocaram em Albon, entre eles Yuki Tsunoda e Ocon, que furou o pneu. Yuki também tinha danos. Além de Zhou, Albon também foi encaminhado para o centro médico da pista. Mais tarde, o tailandês teve de ser levado de helicóptero ao hospital para o que a Williams chamou de “checagem de precaução”.
A situação centralizou a atenção por óbvios motivos, mas outras coisas aconteceram. Max Verstappen tomou a frente de Carlos Sainz ainda antes da curva 1 e assumiu a liderança da corrida. Lewis Hamilton atacou e deixou Sergio Pérez e Charles Leclerc para trás. O top-10 era Verstappen, Sainz, Hamilton, Fernando Alonso, Pérez, Lando Norris, Latifi, Bottas e Daniel Ricciardo.
Além disso, a rede de TV inglesa BBC informou que, após a bandeira vermelha, um grupo de pessoas foi pego tentando invadir a pista de Silverstone e acabou detido pelas autoridades locais. Na sexta-feira, a polícia de Northamptonshire, condado onde está a cidade de Silverstone, havia anunciado que sabia de “informações concretas” de um plano para invasão da pista durante a corrida para a condução de um protesto.
AlphaTauri e Alpine conseguiram ajustar os carros de Tsunoda e Ocon durante a longa interrupção e estavam disponíveis para seguir na corrida. Russell, que saiu do carro imediatamente após o acidente e foi até Zhou ver como o colega estava, não conseguiu. O carro dele teve de ser guinchado até o pit-lane.
A FIA resolveu que a largada seria parada e teria a ordem de partida original. A ordem da classificação, portanto, excluindo aqueles que haviam abandonado a prova: Zhou, Albon e Russell. Portanto, tudo aquilo que aconteceu nas primeiras posições na largada estava apagado. Verstappen voltava a ficar atrás do líder Sainz. Hamilton aparecia em quinto, atrás de Leclerc e Pérez. O motivo era o fato de, por conta da bandeira vermelha, quase nenhum carro chegou à segunda linha da chamada zona de safety-car.
A nova largada aconteceu exatamente às 12h [de Brasília]. Verstappen tentou atacar novamente, mas Sainz resistiu. Pérez veio para cima de Leclerc, e os dois duelaram. Em determinado momento, na primeira freada mais dura, os quatro chegaram a dividir a curva num ‘four-wide’, lado a lado. Hamilton levou a pior desta vez e caiu atrás de Norris, enquanto Alonso perdeu a posição para Gasly. O novo top-10 tinha Sainz, Verstappen, Leclerc, Pérez, Norris, Hamilton, Gasly, Alonso, Tsunoda e Ocon. Os seis primeiros tinham pneus médios. Na realidade, apenas Gasly, Tsunoda, Ocon, Latifi e Vettel tinham pneus macios. Como Verstappen largara de macios, em teoria poderia andar o restante da corrida sem parar novamente, mas era claro que não seria possível fazer 50 voltas com o mesmo jogo de pneus.
O entrevero da largada deu prejuízo para Pérez, que, além de ultrapassado, tinha dano na asa dianteira e perdia campo para Norris e Hamilton. A repetição da largada mostrou que Pérez se jogou na entrada da curva para impedir que Leclerc passasse Verstappen. Jogada coletiva do mexicano. No fim da quinta volta, foi aos boxes para resolver o problema e cair para último. Hamilton aproveitou e fez a ultrapassagem em Norris para assumir o quarto lugar.
O próximo a parar foi Vettel, que tirou os macios e colocou os médios. Na pista, a sensação era de que Verstappen tinha ritmo melhor que Sainz. O espanhol tinha a mesma impressão. “Ele está um pouco mais rápido”, disse no rádio. Antes de ter a chance de abrir o DRS na reta, porém, o holandês passou aberto demais e tocou a brita levemente, perdendo tempo. No meio da volta seguinte, no entanto, Sainz foi fora da pista na saída da Becketts e abriu o caminho para Verstappen recuperar o 0s8 de vantagem e tomar a primeira posição. Mais que isso, Leclerc colou com chances de abrir o DRS.
Em seguida, Tsunoda foi para um movimento de Fórmula 3. Com os dois carros da AlphaTauri bem posicionados nas posições sete e oito, tentou mergulhar por dentro na curva três de Silverstone, um cotovelo lento, e rendeu uma colisão que fez ambos rodarem e saírem da pista e da zona de pontos.
Mas a corrida mudaria mesmo em seguida. A 12ª volta chegava ao fim com Verstappen no controle da situação quando o carro apareceu sem potência. Sainz e Leclerc passaram com facilidade, e restou levar a Red Bull aos boxes. Verstappen voltou, mas lamentava no rádio. “O carro está 100% quebrado”, ao passo que a equipe confirmava se tratar de danos na carroceria. Apesar de voltar para a pista em sexto, seguia lento – menos que antes, mas ainda longe de qualquer maior aspiração. O setor intermediário da pista era um pesadelo para o atual campeão mundial.
Leclerc tinha quebra no endplate da asa dianteira, a extremidade da asa, mas mesmo assim colocava pressão em Sainz. A questão era que Hamilton, já com a melhor volta, diminuía a diferença para os dois em menos de 5s. Uma batalha muito interessante pela vitória começava a se desenhar. E Latifi era o oitavo!
No rádio da Ferrari, Leclerc afirmava que já não sabia mais o que fazer com relação a Sainz. Trocando em miúdos, Charles queria ordem para mudança de posição, mas a Ferrari ainda não parecia disposta e fazer. A Ferrari mandava Sainz acelerar mais. E Hamilton chegava a 4s de diferença no fim da volta 19 de 52.
Sainz foi chamado aos boxes no fim da volta 21 e colocou os pneus duros para tentar a ir ao fim da corrida – teria de durar outras 31 voltas. O espanhol voltou em terceiro, enquanto Leclerc tinha chance de andar de rosto para o vento. Hamilton continuava mais rápido, entretanto. O heptacampeão aparecia a 2s no fim da volta 22. Era ameaça real.
A corrida da Alfa Romeo chegava ao fim. Após o acidente de Zhou, Bottas levou o carro aos boxes para abandonar com algum problema mecânico.
Depois de um pit-stop ruim da Alpine com Ocon, a Red Bull chamou Verstappen para colocar pneus duros, algo que todo mundo fazia neste ponto. Max voltou para ser ultrapassado na pista por Vettel, que tomava a sétima colocação. O holandês reclamava: não tinha aderência e o carro estava quebrado. “É como guiar no gelo”, falava. Latifi e Ocon se aproximavam.
Leclerc parou no fim da volta 25 para trocar os pneus e deixar Hamilton como líder do GP da Inglaterra. Charles voltou atrás de Sainz. A hora era de Lewis acelerar de frente para o vento e criar o maior desafio possível para a Ferrari, com, quem sabe, um undercut. Leclerc ia bem com os pneus duros e passava a ter a volta mais rápida da corrida.
Demorou bastante, mas finalmente Ocon passava Latifi e assumia o nono lugar. A Ferrari liberava os pilotos para a briga pelo que era, naquele momento, o segundo lugar. Mas somente por duas voltas. Com Hamilton se distanciando e Sainz ainda mais lento, a equipe deu a ordem, enfim, e fez o espanhol abrir a porta para Leclerc na reta Wellington. Neste ponto, Hamilton tinha mais de 18s de vantagem e um pneu médio de 30 voltas. A habilidade famosa de Lewis para gerenciar os pneus estava em demonstração, mas o pit-stop viria em algum momento.
Foi no fim da volta 33, quando Hamilton começava a pegar retardatários em fila, que a Mercedes chamou e colocou pneus duros. Não foi o melhor pit-stop do mundo. Hamilton aparecia 6s atrás de Leclerc e a 4s de Sainz. Era o terceiro, mas tinha um pneu oito voltas mais novo que o de Leclerc e 13 na comparação com Sainz. Era, agora, uma captura das Ferrari.
Aliás, Pérez se recuperava de pouco em pouco. Depois de cair para o fim da tabela com a parada feita depois da relargada, mas agora aparecia em quarto. O mexicano chegava a 30 voltas com o jogo de pneus médios, assim como Hamilton fizeram, e ainda tinha mais 17 voltas pela frente. Oficialmente, podia ir até o final, ainda que só tivesse usado pneus médios na corrida, por conta da bandeira vermelha, mas era muito difícil conseguir. O mesmo para Vettel, que parou na volta seguinte a Pérez e estava em sétimo.
Sem Latifi para segurar os demais, Ocon facilmente se aproximou e deixou Verstappen para trás na volta 37. Mick Schumacher e Kevin Magnussen, dupla da Haas, vinha na sequência. Gasly, enquanto isso, abandonava. Ricciardo e Tsunoda seguiam, mas muito atrás do restante do pelotão. Os dois carros estavam evidentemente danificados.
Mas o próximo abandono não seria de nenhum dos dois. Ocon apareceu lento na entrada da Copse e foi piorando. O francês parou a Alpine na antiga reta dos boxes, algo que forçou a entrada do safety-car.
A resposta da Ferrari foi confusa. Parou Sainz para colocar pneus macios, algo que Hamilton também fez, mas manteve Leclerc com os duros usados. As mudanças vieram na abertura da 40ª volta. Restavam 13 para o fim, algumas delas com safety-car.
A McLaren demorou para trocar o pneu de Norris, porque fizera a última troca na volta anterior ao safety-car, e custou uma posição ao inglês. Leclerc liderava com pneus duros, enquanto Sainz, Hamilton, Pérez, Alonso e Norris tinham pneus macios. Vettel e Magnussen estavam de médios, Verstappen, Schumacher e Latifi de macios, Stroll de médios, Ricciardo e Tsunoda de macios.
A relargada foi uma demonstração de que, mais uma vez, a Ferrari tirou de Leclerc a chance de brigar pela vitória. Sainz passou após breve defesa do monegasco. Pérez e Hamilton tinham briga dura entre eles. Checo conseguiu passar, mas Hamilton voltou para atacar de volta na curva Copse.
Pérez encostou para atacar Leclerc, então, porque os pneus velhos já não aguentavam mais os ritmos dos demais. Créditos para Leclerc, que defendeu ferozmente quando parecia ser impossível e impediu a passagem de Pérez na Copse e na Vale, mas, então, os dois passaram reto e Hamilton achou uma ultrapassagem dupla.
Do Portal Grande Prêmio
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