Kevin Magnussen não sai das manchetes da Fórmula 1. Depois de ter seu retorno à Haas confirmado, o dinamarquês voltou a pilotar um carro da categoria depois de mais de um ano de ausência - e cravou logo o melhor tempo do dia. O resultado não deixa de ser surpreendente, mas precisa ser relativizado.
Vale lembrar que a Haas sofreu um contratempo às vésperas dos testes no Barein, com o avião que levava sua carga sofrendo um atraso por problemas mecânicos. Com o material chegando depois das demais equipes, o time perdeu metade do dia na quinta-feira (10), e Pietro Fittipaldi rodou apenas de tarde. A equipe solicitou autorização para compensar as horas perdidas. O pedido inicial, de ir à pista no domingo, foi negado. Em troca, o time ganhou sinal verde para ficar na pista até mais tarde após o fim dos testes coletivos na sexta (11) e no sábado (12).
Foi assim que Magnussen surgiu com o melhor tempo. A Haas dividiu o dia entre seus dois pilotos. Mick Schumacher andou pela manhã, tendo completado apenas 23 voltas, sendo a melhor delas com pneus duros. A sessão do alemão foi finalizada antes do esperado por problemas no escapamento. De tarde, Magnussen assumiu o volante do VF-22 e deu 39 voltas durante a tarde/noite, fazendo sua melhor volta com pneus médios (C3). Já sozinho na pista durante a hora extra, ele deu mais 21 giros e usou pneus macios C2. Com a temperatura mais amena da noite baretina, Magnussen conseguiu uma volta de 1min33s207, mais rápido que todos os demais do dia.
Bom sinal para a equipe? Precoce afirmar qualquer coisa. Mais relevante que o tempo de volta é o dado de que a Haas deu 83 voltas no dia, apenas a 7ª em quilometragem. Considerando que a equipe também rodou pouco em Barcelona, podemos supor que ainda há bastante trabalho pela frente para se colocar em melhor posição no grid.
Depois da surpreendente Haas no topo da tabela, veio algo que já não causa mais tanta surpresa. A Ferrari andou bem mais outra vez, e Carlos Sainz ficou o melhor tempo do teste - se excetuarmos a hora dada à Haas. Ele deu 60 voltas durante a tarde. Somadas às 54 de Charles Leclerc durante a manhã, a equipe de Maranello totalizou 114 voltas na sexta-feira. Mais um dia sólido, tanto em rodagem quanto em desempenho. A Ferrari parece vir forte.
Assim como na quinta-feira, a Red Bull adotou a estratégia de andar com o mesmo piloto ao longo do dia inteiro. Sergio Perez havia dado impressionantes 138 voltas no primeiro dia. Na sexta-feira, foi a vez de Verstappen rodar o dia inteiro. Foram 86 voltas ao todo para o dono do carro número 1, o que fez dele o 3º - tanto em quilometragem quanto em velocidade.
E, se Verstappen foi 3º nas duas estatísticas, Lance Stroll fez parecido. O canadense da Aston Martin foi o 4º mais rápido e o 4º que mais rodou, com 70 voltas. Mas, diferente de Max, que andou o dia inteiro, Stroll só teve o período da tarde. Suas voltas se somam às 46 de Sebastian Vettel pela manhã. Ao todo, a equipe verde completou 116 giros e foi a segunda a mais acumular dados no dia.
Do 1º ao 4º, todos calçaram pneus macios C4, o segundo mais mole da gama. Lewis Hamilton foi o 5º, utilizando o composto mais macios de todos, o C5. O heptacampeão deu 47 voltas durante a tarde. Seu novo colega George Russell fez outras 67 de manhã, focando no uso de pneus duros. A Mercedes fechou o dia com 114 voltas, mesma quantidade da Ferrari. As duas são as equipes com maior quilometragem acumulada nos dois dias de testes até aqui.
A AlphaTauri foi outro destaque do dia. Se na quinta Pierre Gasly liderou a tabela de tempos e completou mais de 100 voltas, na sexta, com Yuki Tsunoda ao volante, a equipe ficou na ponta novamente. Mas, dessa vez, na tabela de voltas completadas. Tsunoda não forçou o ritmo, mas deu ótimos 120 giros, mais que qualquer outro piloto ou equipe.
Outro time que foi bem em rodagem foi a Alpine. Esteban Ocon conduziu o carro (agora pintado de rosa, cor que será usada nas primeiras corridas do ano) sozinho, e fechou o dia com 111 voltas. Ele havia sido o mais rápido da manhã, quando completou 59 voltas. Durante a tarde, deu outros 52 giros, mas não melhorou o tempo e fechou o dia com o 6º melhor tempo.
Depois de uma quinta-feira sólida, a Alfa Romeo voltou a ter problemas nessa sexta. Valtteri Bottas deu não mais que 25 voltas pela manhã até seu carro parar na pista. Guanyu Zhou assumiu a direção na sessão da tarde e fez 48 voltas. Mas terminou com o 15º e pior tempo do dia. Com 73 voltas, o time foi apenas o 8º em rodagem no dia.
A McLaren é uma que está passando por maus bocados no Barein – o que chega a surpreender, posto que teve bons dias nos testes de Barcelona. Daniel Ricciardo, que já havia ficado de fora da sessão de quinta por um mal-estar, testou positivo para covid e está afastado dos testes – e, possivelmente, da primeira corrida da temporada. Lando Norris andou sozinho outra vez. Novamente, os problemas nos freios assombraram a equipe. Foram apenas 29 voltas de manhã e 31 de tarde. Com 110 voltas nos dois dias, a McLaren é a equipe com menor quilometragem acumulada no Barein até aqui.
Por fim, uma equipe que teve dia ainda pior que a McLaren: a Williams. Nicholas Latifi foi o escalado do dia, mas seu trabalho de pista não durou nem 3 horas. O FW44 teve um princípio de incêndio na parte traseira, que o próprio Latifi ajudou a apagar. O carro não voltou mais à atividade, de modo que a equipe computou míseras 12 voltas durante o dia.
No sábado (12), a Fórmula 1 terá seu último dia de testes de pré-temporada. A expectativa é de que algumas equipes forcem mais o ritmo, colocando, de fato, as cartas na mesa. Mas, de todo modo, se não pudermos ver a distribuição de forças entre os times amanhã, falta pouco para que a ação comece para valer. A primeira corrida da temporada será logo na semana seguinte aos testes, também no Barein, com corrida em 20 de março.
Do Portal Terra
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