Exatos
cinco anos atrás, o Barcelona e Neymar comemoravam o título da Champions
League pela última vez. Foi no dia 6 de junho de 2015, em Berlim, que o Barça
ganhou da Juventus por 3 a 1, conquistando seu quarto europeu em dez anos.
Neymar
fez o terceiro gol, já nos acréscimos, selando a vitória.
Mas não foi só isso. Aquele gol, o décimo dele na
competição, colocou o brasileiro no topo da lista de artilheiros da Champions,
ao lado "só" de Messi e Cristiano Ronaldo. Simbólico. Pois víamos,
pela primeira vez, Neymar chegar onde todos esperavam que ele chegasse: ao
nível dos dois. A partir daquele momento, Neymar entrava na mesma conversa, se
colocava na prateleira lá do alto. Certo?
Errado...
Aquele,
cinco anos atrás, era o auge de Neymar. E não sabemos se será superado.
O
Barça ganhou Champions, Liga e Copa, Neymar fez 39 gols na temporada e, ao lado
de Messi e Suárez, formou o que talvez tenha sido o trio de ataque mais
poderoso da história do futebol europeu. Foi protagonista, marcando em todas as
fases agudas da Champions, assumindo um papel de craque (no vídeo abaixo, os
dois gols contra o PSG, nas quartas). Era apenas seu segundo ano em Barcelona,
havia ainda tanta coisa por vir!
Mas
não veio. A temporada seguinte ainda foi boa, com doblete doméstico e 31 gols.
A outra já ficou abaixo, à exceção do jogo grande contra o PSG, aquele polêmico
do 6 a 1, quando ele deu mostras que podia ser o cara, mesmo com Messi em
campo. E, ao final de sua quarta temporada, em 2017, ele é convencido a ir para
Paris, na maior transferência de todos os tempos.
Neymar
deixa o Barcelona para ser protagonista, para sair da sombra de Messi. Uma
sombra que só via quem queria, pois na verdade os dois estavam juntos no Sol.
Em Paris, resolve assumir o papel que não imaginava ter no Barça. O problema é
que o perfil "dono do mundo" serviu para o PSG atropelar
domesticamente, mas não na Europa. Serviu para ele se queimar na Copa da
Rússia. Serviu para desafiar a hierarquia do clube de tal maneira que o Paris
tem pouco respeito por parte de seus co-irmãos no futebol. Lá, quem mandam são
os jogadores.
O
que teria sido de Neymar, se ele estivesse no Barça até hoje? Talvez o total de
Bolas de Ouro fosse o mesmo: zero.
Mas
talvez ele tivesse se consolidado naquele pódio que ocupou só uma vez. Talvez
realmente tivesse pego o bastão das mãos de Messi em alguns momentos cruciais.
Talvez tivesse se comportado de outro jeito na Copa da Rússia. Talvez hoje
fosse o cara.
Neymar
sempre foi um craque. No Santos, no Barça, na seleção e, claro, no PSG. Mas,
apesar de ainda ter 28 anos, transmite a imagem de alguém que teve uma carreira
gerenciada em função do dinheiro, e não do sucesso esportivo, e que não irá
além. Um jogador diferente, com talento, físico e gol, poderia ter priorizado a
explosão contínua em um ambiente coletivo e não a tentativa de fazer e
acontecer em um clube sem a mesma tradição e sem o hábito de estar sempre
lutando pelo topo europeu.
Agora,
como sabemos, ele quer voltar o Barça. Será a grande novela da janela de
transferências para a temporada que vem.
Era
mais fácil não ter saído.
Do
Portal Uol/Por Julio Gomes/Imagem: GettyImages
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