O GRANDE PRÊMIO soube também que a decisão de não renovar com o Mundial já havia sido tomada pela cúpula da emissora — a família Marinho — antes mesmo do atrasado início da temporada 2020, em julho, e que a situação só viria a mudar se o Liberty Media fizesse uma nova proposta financeira que satisfizesse as novas condições do grupo, que já cortou contratos com a Fifa e a Conmebol, no futebol, e está agindo da mesma forma com acordos altamente dispendiosos em todas as áreas, inclusive as artísticas.
A Globo desistiu dos direitos de transmissão da F1. Chase Carey é o chefão da categoria (Foto: F1)
Também de acordo com o Meio & Mensagem, a Globo já informou aos seus patrocinadores da atual temporada de que não vai seguir com a exibição do campeonato no ano que vem. Em 2020, a emissora do Rio de Janeiro vendeu apenas cinco de suas seis cotas de patrocínio. Ainda assim, segundo o preço de tabela, viu uma receita de R$ 494,75 milhões, o que seria suficiente para cobrir o preço do direito de transmissão da Fórmula 1 oferecido pelo Liberty Media.
Mas internamente, a Globo tem de dividir este bolo com as 118 afiliadas para transmitir a corrida em todo o território nacional. Segundo a direção, a conta acaba não fechando.
O GP também apurou que a chance de uma TV aberta transmitir a Fórmula 1 em 2021 no Brasil é reduzida porque as outras quatro emissoras — SBT, Record, Bandeirantes e RedeTV! — ou não têm o dinheiro necessário para pagar os direitos ou, mesmo tendo, teriam como prioridade apostar no futebol para alavancar a audiência.
A Disney, dona dos canais ESPN e FOX Sports no Brasil, está monitorando a situação. A Fórmula 1 é exibida nos EUA pelo primeiro canal usando toda a base da Sky Sports e pelo segundo canal na América Latina.
Temporada afetada pela pandemia
A temporada 2020 da Fórmula 1 foi sem precedentes. Por conta da pandemia de coronavírus, o calendário passou por diversas transformações até ser finalizado no início da semana com as adições de Turquia, Bahrein e Abu Dhabi. Originalmente previsto para começar em março, na Austrália, o campeonato só teve início em 5 de julho, com dois finais de semanas consecutivos no Red Bull Ring.
Assim, em maio a uma pandemia mundial, a F1 reduziu de para 17 as etapas em 2020, mas nada que impedisse a maior maratona que a categoria já teve em termos de corridas consecutivas: com o GP da Bélgica, o da Itália e o da Toscana, já terão sido três rodadas triplas em um espaço de apenas 11 semanas.
Com a programação apertada e a pandemia ainda longe de ter sido controlada especialmente no Brasil, nos EUA e no México, a F1 optou por uma temporada inteiramente europeia e asiática, abrindo mão das etapas americanas, inclusive do GP do Canadá e, claro, da etapa que seria disputada em Interlagos.
A história das transmissões
A história da Fórmula 1 na Globo se confunde com as transmissões da categoria para o Brasil. Apesar da TV Record transmitir a primeira corrida para o país, o GP da Inglaterra de 1970 que marcou a estreia de Emerson Fittipaldi na categoria, a Globo passaria a contar com os direitos em parceria com a Tupi a partir de 1972. Durante aquela década, a Globo televisionou corridas junto a outras emissoras e deixou de passar tantas outras provas em detrimento da programação habitual.
A grande virada viria com a entrada nos anos 1980. A Bandeirantes adquiriu os direitos em 1980 e transmitiu todas as corridas de forma exclusiva naquele ano. A Globo voltou a carga em 1981 e assumiu as rédeas de vez para se tornar a emissora responsável nos últimos 40 anos. Aliás, o retorno da F1 foi um dos fatores para a contratação de Galvão Bueno naquele começo de década.
Daí em diante, a Globo transmitiu a esmagadora maioria das corridas e acompanhou os três títulos mundiais de Nelson Piquet e Ayrton Senna, os sete de Michael Schumacher e os seis de Lewis Hamilton, além de vitórias de Rubens Barrichello e Felipe Massa.
Do Portal Grande Premio
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