A promessa de revanche da Sérvia ficou somente nas palavras. Em jogo de duas viradas, a última vaga do Grupo G da Copa do Mundo - o Brasil já estava garantido - acabou mesmo com a Suíça, que já tinha vantagem do empate e fez melhor, se garantindo na segunda posição com triunfo por 3 a 2 no Stadium 974, em Doha. Assim como ocorreu na Rússia em 2018, os sérvios outra vez foram eliminados na fase de grupos pela rival histórica, que agora desafiará Portugal de Cristiano Ronaldo nas oitavas de final, em confronto marcado para terça-feira.
Em jogo com primeiro tempo elétrico e quatro gols, uma pintura no começo da segunda etapa, em bela trama e finalização de Freuler, definiu o triunfo suíço. A Suíça fecha a primeira fase com os mesmos seis pontos do Brasil, de quem perdeu por 1 a 0, mas atrás no saldo de gols: 2 dos brasileiros contra 1.
O jogo teve algumas discussões entre os jogadores, como já nos acréscimos, com enorme empurra-empurra após provocação de Xhaka. Milenkovic foi para cima do camisa 10 cobrando respeito.
Por pouco mais de 90 minutos, suíços e sérvios prometiam esquecer a tensão política entre os países e focar somente na busca de um resultado positivo para garantir a segunda vaga do Grupo G. A reedição do embate de 2018, da Copa da Rússia (2 a 1 de virada para a Suíça, que garantiu a segunda colocação na época), porém, começou de maneira inversa.
Desta vez, quem saiu com tudo para o ataque foram os suíços, mesmo necessitando somente do empate. Logo com 24 segundos, o goleiro Vanja Milinkovic-Savic salvou a Sérvia duas vezes. Primeiro com o peito em chute cara a cara de Embolo e depois com batida rasteira de Xhaka. Se em solo russo os sérvios comemoraram primeiro com gol de Mitrovic, desta vez a explosão das arquibancadas veio do lado oposto. Shaqiri recebeu de Sow, livre, e bateu forte para balançar as redes com somente 20 minutos.
A comemoração da águia negra de duas cabeças, símbolo da bandeira da Albânia, feita há quatro anos, em homenagem à origem kosovar - a região que figura no território da sérvia declarou independência em 2008 - desta vez foi trocada por festejo estilo Cristiano Ronaldo e dedos mostrando o número às costas. Mas o meia não deixou de provocar, pedindo "silêncio" com o dedo indicador na boca. Provocar um rival histórico com poucos momentos acabou "acordando" a Sérvia.
A equipe de Aleksandar Mitrovic já havia assustado com Milenkovic e carimbado a trave com Zivkovic quando a principal jogada da equipe surtiu efeito. Cruzamento preciso de Tadic e cabeçada com estilo de Mitrovic para empate, seis minutos depois. Um pequeno desentendimento entre os rivais foi logo apaziguado.
A devolução da provocação de Shaqiri veio com Vlahovic, aos 34. A defesa afastou mal, o atacante aproveitou e bateu cruzado para colocar sua seleção em vantagem no placar e momentaneamente com a vaga. A comemoração veio com imitação do pedido de silêncio do camisa 23 suíço.
Em um dos melhores primeiros tempos da Copa do Catar, ainda havia tempo para nova bola na rede. Aos 44 minutos, o lateral Widmer cruzou para Embolo se redimir do gol perdido no começo. O Atacante apenas escorou para empatar, levando um atrativo empate para os vestiários.
O placar com empate era suficiente aos suíços e ficou ainda melhor com belo gol logo no retorno do descanso. Cavadinha de Shaqiri, passe de calcanhar de Vargas e batida de primeira de Freuler para a segunda virada da partida.
A Sérvia precisava de dois gols e ainda tinha o relógio contra. O tempo passava rápido e nada de buscar o empate. Mitrovic brigava sozinho contra os defensores e até pênalti tentou cavar, mas não iludiu a arbitragem. Nervosos com a segunda eliminação seguida diante da rival, os sérvios invadiram o gramado aos 20 minutos para protestar contra uma simulação de falta. Mais uma vez o princípio de tumulto rapidamente acabou desfeito.
Cansado, Shaqiri saiu de campo vaiado pelos sérvios e aplaudido pelos suíços. Aos 31 anos, continua sendo decisivo para seu país - anotou seu quinto gol em Copas - e pode ser nome importante na tentativa de superar os portugueses na terça-feira, no Lusail Stadium.
Além de poupar seu astro, Murat Yakin ergueu a muralha que dificultou bastante a vida brasileira no embate da segunda rodada. Com nove peças na defesa e somente Embolo isolado na frente, a Suíça não levou mais sustos, desperdiçou raros contragolpes, ignorou princípio de confusão no fim e festejou bastante a segunda colocação do Grupo G, com todos se abraçando após o apito final. Os jogadores das duas seleções ainda se cumprimentaram após a partida.
Do Portal Terra
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